Análise Representação e Experiência do Espaço Urbano
Praça
do Santuário
Centro de
Divinópolis – MG
A Praça do Santuário fica
no centro de Divinópolis e é constantemente movimentada, todo seu entorno é
preenchido por comércios e algumas residências nos andares mais altos dos
prédios.
Essa praça já foi o palco
de diversas manifestações, aos domingos as ruas ao redor são interditadas e
brinquedos infantis posicionados e, frequentemente, ela é usada para feiras de
artesanato de pequenos empreendedores e outras atividades.
Em nenhum dos dias
possíveis de fazer a observação parou de chover e, por ser um lugar aberto e com
pobre escoamento, a praça ficou bem alagada e vazia, sem vida.
Nesse espaço da praça, dá
para ver pelo street view, que existe uma área bem ampla, aberta e não
sombreada no centro, onde pessoas circulam e cortam caminho, rodeada por bancos
sombreados por vegetação, que são bastante usados como assento pelas pessoas.
O fato de a praça ser
dividida em grandes áreas e não ser apenas uma grande quadra aberta cria uma
sensação de hospitalidade, a disposição dos bancos em pares mais próximos ou
distantes uns dos outros cria um ambiente mais pessoal para quem os usa com
amigos e colegas ou sozinho, forma um intervalo que gera a sensação de um
espaço mais íntimo e um zelo maior pelo local, perdendo um pouco do estigma de
obra pública.
Apesar de não ter sido
possível observar a movimentação nesses dias devido à chuva, eu já estive nela em
muitos outros momentos e reparei que muitas pessoas se sentam nesse espaço
durante o dia para esperar algo ou alguém, porque logo se levantam com pressa
acompanhados ou sozinhos, e para resolver algo ao celular, sentam com calma e
se levantam depois de um tempo sem pressa. Quando entardece, as pessoas se sentavam
em grupos reduzidos apenas para conversar, muitas vezes com um sorvete na mão
saindo de uma das várias sorveterias que existem ao redor da praça.
Já notei também que
muitos dos bancos possuíam marcas pessoais de quem os frequentava, como nomes e
desenhos, entretanto eles foram pintados recentemente e todas essas marcas foram
apagadas.
Nesse outro espaço da praça,
mais elevado, existe um monumento e, apesar da vegetação ao redor, é uma
vegetação rasteira e não produz sombra, nesse horário do dia não se encontram
pessoas nessa área, os motivos podem ser pela falta de conforto térmico ou
também por se localizar bem no meio da praça, com pouca visão dos arredores.
Na visita, o espaço
continuou vazio por motivo da chuva, mas em outras ocasiões, já notei que esse
espaço é bastante usado e bem flexível, servindo para reuniões de amigos,
circulação de pessoas, batalhas de rap (esse uso acontecia mais nas noites de
sexta antes da pandemia), e até mesmo para prática de esportes, como o
skateboard. Também já vi crianças brincando durante o dia.
A divisão dos espaços em diferentes formas gera interpretações diferentes para diferentes pessoas e grupos de pessoas. Apesar de ser apenas uma praça, é possível ver como ela cria cenários para distintos usos de diferentes grupos etários ao longo do dia.
Por último, uma parte da
área dessa praça foi ocupada por estacionamentos para carros e não é aberto ao
uso por pedestres. A foto do street view é se 2019 e nesse tempo, houve
uma mudança: alguns dos espaços destinados para carros foram reservados para food
trucks, essa mudança trouxe ainda mais vida à praça. Alguns deles ficam
abertos o dia todo e outros se abrem depois das 17h e muitas pessoas pegam seus
lanches para comerem nas mesinhas que ficam na calçada ou nos banquinhos da
praça, geralmente, acompanhadas, uso que já tive e que já testemunhei em outras
visitas.
A adaptação desse espaço
criou uma abertura maior de usos da praça, agora também funciona como um local
de alimentação, uma experiência totalmente diferente de comer em um
estabelecimento fechado e sem interações com o mundo exterior.
Durante minha visita nessa semana, alguns dos food trucks estavam fechados e não existia nenhum consumidor próximo.
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